terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Tinalhas meu berço minha raiz ...

"Ei-los, os sobreiros sanguíneos, as oliveiras torcidas, troncos que pareciam músculos, depois de dissecados, aquela rapariga de ancas ciganas, voz rouca, cujos olhos, irmãos do meu desterro, me impeliam à libertação, e os ranchos escuros do entardecer, vindos dos montados, quando uma paz vasta, sem fim, fica suspensa, tal os fumos do Inverno, sobre a terra ofegante, e as abas retalhadas da Guardunha, cerco de uma solidão estagnada, sem medida, sem tempo, e sobretudo as pessoas, heróis da minha dorida surpresa..."
Fernando Namora, in Casa da Malta

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